A CORRUPÇÃO
“O SENHOR Deus tem uma acusação a fazer contra o povo que vive neste país. Escutem, israelitas, o que Deus está dizendo: — Não há sinceridade, não há bondade, e ninguém neste país quer saber de Deus. Juram falso, mentem, matam, roubam e cometem adultério. Os crimes e os assassinatos aumentam. Por isso, a terra ficará seca, e tudo o que vive nela morrerá. Morrerão os animais, as aves e até os peixes” (Oséias: 4.1-3)
Nos tempos do profeta Oséias, Israel era uma nação corrompida. Reinava a mentira, o roubo, e o crime, ou seja, o abuso de autoridade (pública ou privada) para benefício próprio, era comum. Este é um facto que devemos considerar, quando a corrupção não é devidamente enfrentada e contrariada por cada cidadão e pelo estado, a nação pode mergulhar numa depravação e perversão generalizada.
Nos nossos dias, em Portugal, o quadro não parece muito diferente.
Vários títulos de jornais revelam a corrupção nos mais diversos sectores da nossa nação: Corrupção no Desporto, corrupção nas autarquias (as suspeitas que pairam sobre a Câmara Municipal de Lisboa, entre outras), corrupção na economia (a fuga ao fisco como problema transversal na nossa sociedade), corrupção na política (começa a ser cada vez mais frequente vermos figuras politicas a serem arrastadas para a barra dos tribunais) e de forma lamentável e paradoxal a própria justiça não escapa a esta maré negra da corrupção, sendo quase prática comum a violação do segredo de justiça.
Segundo o Diário Económico “a criminalidade económica e financeira consolidou-se em Portugal”. Dizia então o artigo que dados do Ministério Publico apontavam para a abertura de mais de 8 mil inquéritos relativos a fraudes, corrupção, crimes fiscais, branqueamento de capitais e infracções de tecnologia. Estes números revelavam uma média de 13 novos inquéritos por dia. A maioria incide sobre casos de corrupção (42,3%), que estão a ser investigados pela Policia Judiciária e dizem respeito a suspeitas que recaem sobre órgãos e dirigentes de autarquias.
O assunto é realmente muito sério, de tal forma que a luta contra a corrupção foi o tema dominante do discurso evocativo do 5 de Outubro passado, proferido pelo Presidente da Republica (PR) e também o foi para o Procurador-Geral da Republica (PGR) no dia da sua tomada de posse. Na sua intervenção, o Presidente da República disse que a corrupção “tem um potencial corrosivo para a qualidade da democracia, que não pode ser menosprezado” e por isso “o combate à corrupção é vital”. Por seu lado o PGR afirmou, “a verdade é que em cada povo e em cada época tem que existir aquele mínimo de valores éticos a respeitar, e subjacentes à feitura e aceitação das leis… não havendo essa consciência moral e a certeza de que todos serão tratados de igual forma, existindo antes a convicção de que todos se governam e de que a corrupção é um mal menor e inevitável, os esforços contra a corrupção serão sempre votados ao fracasso”.
O quadro é realmente negro, as autoridades parecem despertas para o problema mas até hoje não conseguiram inverter esta tendência.
A Igreja não deve adoptar uma postura de resignação porque fomos desafiados por Jesus Cristo para sermos o Sal da terra. Uma das características do sal é precisamente evitar a decomposição, sendo factor de conservação dos alimentos. Jesus ensinou também que seriam “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça.” A Igreja tem que assumir a sua responsabilidade.
Levantemos a uma só voz um clamor diante de Deus para que tenha misericórdia da nossa nação e estabeleça entre nós o seu reino, que é de justiça, e de paz, e de alegria no Espírito santo. “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade”.
Pastor João Pedro Carvalho
Assembleia de Deus de Coimbra
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Somente um Poder pode contrariar a corrupção. O único Poder que consegue guardar-nos de corrupção é o de JESUS CRISTO. É essencial que os filhos de Deus mantenham um coração puro e incontaminado do sistema do mundo, do hedonismo, do humanismo e dos desejos da carne. Para isto é necessário que abracemos de corpo e alma a Palavra de Deus e suas promessas.
Pedro diz que Deus nos deu grandíssimas e preciosas promessas para que por elas nos tornemos co-participantes na natureza divina, livrando-nos da corrupção das paixões que há no mundo. A natureza de Deus em nós é alcançada mediante o novo nascimento. É desenvolvida através de meditação constante na Palavra de Deus, após a crucificação dos desejos da nossa carne. “Porque o que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção, mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos”. É tempo da igreja se levantar e semear no Espírito para que o mundo perceba que há como colher o bem. É tempo da igreja acender uma luz para que o mundo perceba que as trevas são dissipadas; é tempo da igreja ser igreja: Sal da terra, para que no meio do mundo, possa evitar a sua corrupção. Sejamos pois sal fora do saleiro. O mundo preciso, o mundo espera, o mundo exige.
Jacinto Rosa
Pastor do Centro Cristão Fonte de Vida
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Como o cristão deve se portar, face à corrupção que assola o mundo todo (e não somente Portugal):
- Cada cristão deve adoptar uma conduta irrepreensível em toda a sua maneira de viver. Todos os dias e em todos os lugares, por todos os meios. Isto deve ser inegociável!
- O Evangelho de Cristo, capaz de transformar o Homem corrupto num Homem íntegro, deve ser anunciado a tempo e fora de tempo.
- Os Princípios Bíblicos, essenciais na formação de uma consciência moral e ética, devem ser transmitidos de forma adequada e persistente a cada geração.
- Cada cristão, em obediência à Palavra de Deus, deve manter uma vida diária de oração, súplica e acções de graças pelos seus governantes, pois todos eles, foram constituídos por Deus. Veja o que nos diz a Palavra: “Exorto, pois antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões e acções de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda piedade e honestidade” (1 Tm 2. 1-2).
Motivos de Oração:
- Peçamos perdão pelos nossos pecados e os pecados da nossa nação.
- Oremos pelo Presidente da República, pelo Primeiro Ministro, pelos
Ministros das diversas áreas, pelos deputados, pelos partidos políticos, pelos Governadores Civis, pelos presidentes das Câmaras Municipais, pelos Presidentes das Juntas de Freguesias em todo o país, pelos vereadores municipais e todos aqueles que de alguma forma exercem autoridade neste país.
- Oremos contra toda forma de corrupção no coração dos nossos governantes.
- Oremos para que Deus possa abrir portas para a pregação do Evangelho dentro dos ministérios públicos.
- Oremos pedindo salvação para nossos governantes ( 1 Tm 2.1-6)
- Oremos para que nossos governantes sejam completamente transformados pela Palavra de Deus, sejam cheios do Temor do Senhor e de sabedoria.
- Oremos por estabilidade política.
- Oremos por um renovo de ética e moral no seio das autoridades da nação portuguesa.
Que Deus o abençoe! Daniele Marques.
“Bem-aventurada é a nação, cujo Deus é o Senhor e o povo ao qual escolheu para sua herança” (Salmo 33.12)