Factor DDD: Decisões Decidem Destinos!

24-11-2010 20:54

 Fator DDD: Decisões Decidem Destinos!

 

“Mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da Soberana Vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13,14).

 

Estes dias eu estava pensando sobre o quanto já caminhei em Cristo!

É empolgante olhar para trás e ver o quanto nós andamos, o quanto crescemos, o quanto aprendemos! Os anos tiveram muito a acrescentar e também as experiências, os desertos, os vales, as conquistas, as perdas, as vitórias e derrotas, alegrias e tristezas, erros e acertos, cansaço e vigor, tempo com pessoas, tempo com Deus, tempos de crise, tempos de bonança, pausas, atividades sem fim, começos e recomeços, novas alianças, novos e velhos amigos, fartura e escassez, risos e lágrimas, ansiedade e confiança, dúvidas e fé ... poderia aqui ainda continuar descrevendo tudo o que vivi nos últimos dez anos! O tempo passa tão rápido que não percebemos que essa miscelânea de experiências, e as decisões que tomamos frente a cada obstáculo, sobretudo a perseverança, fizeram de nós o que somos hoje, e nos levaram ao lugar que estamos hoje, em Deus!

As experiências, muitas vezes tão dolorosas e tão intensas, estavam nos empurrando degraus acima, nos fazendo pressionar para frente! E olha, que nem percebemos isso na hora, mas hoje, ao olhar para trás, puxa...

 

Engraçado, mas me lembrei agora, que os 400 anos, entre o Antigo e  Novo Testamentos, chamados de “Anos de Silêncio” (aquela “pagininha” branca entre ambos, rsrs), significaram muito; aliás, neste período, ocorreram todos os preparativos para a vinda do Messias, e também uma mudança em toda estrutura de governo; até mesmo a geografia da Palestina não era mais a do AT, dividida em tribos, porque o Império Romano a dividiu em distritos administrativos. Seitas como a dos fariseus, saduceus e essênios surgiram neste período. E as ruas de Jerusalém agora estavam cheia de herodianos, soldados romanos e cobradores de impostos! Ao terminarmos o livro de Malaquias, e iniciarmos o Evangelho de Mateus, temos a nítida impressão que estamos entrando em um mundo completamente novo! Mas o cenário foi dia-a-dia sendo transformado, e os habitantes nem perceberam que estavam mudando junto com ele.

É exactamente assim que me sinto!  Se eu olhar para trás, vejo que andei muito, se eu olhar para frente, sei que há ainda muito mais, mas nem percebi quando as mudanças foram acontecendo.

A pergunta que faço e respondo é: o que me capacitou a permanecer, mesmo em meio a erros e acertos, debaixo da Soberana Vontade de Deus? O que me permitiu continuar avançando?

 

 Essa pergunta tem algumas respostas, mas quero mencionar pelo menos duas:

 

Coragem para tomar decisões: Isto implica também em coragem para abrir mão do que é “bom”, do que é “confortável”, para ir em busca do que é “melhor”. Me lembro que um dos grandes passos que dei, foi pedir para sair do Seminário onde lecionei por 8 anos (de 1999 a 2006).

Quando minha mãe faleceu, em 2006, senti que uma etapa da minha vida havia sido concluída e que se iniciava um novo tempo! Minha atitude de sair não foi bem aceita na época, pois era “bom” ser Professora de uma Faculdade de Teologia! E minha carreira estava brilhante, meus métodos de ensino estavam sendo usados e os alunos estavam realmente aprendendo! Eu havia caído na graça deles! Em 2005, fui convidada para ser patrona de uma turma fantástica, cheia de mestres, alunos brilhantes; que colocaram a minha foto em seu quadro honorário! Me senti tão honrada! E no ano seguinte, pedi demissão. Isto não pareceu, na época, a decisão mais coerente a tomar. Ainda porque, no ano seguinte, 2007, as coisas não deram muito certo em minha vida. Mas esta decisão, fez com que novas oportunidades rompessem e me fez pressionar, em direção ao meu futuro! Eu estava disponível para Deus agir.

 

Em 2007, fui enviada para uma Congregação que havia se tornado Igreja, em uma junção, para trabalhar com estruturação de Ministérios. Sem muito sucesso, ao final daquele ano, pedi ao meu Superintendente para me mandar para uma outra Igreja de nossa denominação. Em minha mente, ficava a pensar: será que minha decisão de sair do Seminário foi a mais certa? Mas eu havia começado a caminhar rumo ao meu futuro e não podia retroceder. Às vezes um fracasso não é sinal de derrota, apenas de mudança de direção!

Em 2008, já na nova Igreja, minha amada Betesda, vivi um tempo de muito refrigério, bonança, milagres, de muita oração, Palavra, vigílias, busca intensa pela Presença do Senhor. Nesta época também (2008 até meados de 2009), nosso pastor nos pediu para dirigirmos uma Congregação, ao mesmo tempo que o auxiliávamos na sede e tivemos a oportunidade de ver um trabalho novo crescendo! Ah, foi tremendo o que vivemos neste tempo! Foi tremendo ver Deus acabando com nossas programações tantas vezes, e mudando nosso planejamento, enchendo a Igreja com Sua Presença; e ver o programa de culto indo para o espaço, haha (me lembro disso com muita alegria). Esta foi uma época que fizemos amizades que vamos guardar para sempre!

Em 2009, tivemos novamente que tomar uma grande decisão: abandonar nossa congregação que estava crescendo e já tínhamos pessoas para batizar; tínhamos também alguns que voltaram para Jesus; havíamos começado um Seminário de Líderes na Sede, que estava indo muito bem; íamos para o Monte todos os dias com o nosso pai-stor e amigo, orar. Tínhamos liderados fiéis e em crescimento na Congregação e mantínhamos um relacionamento de muita comunhão com eles. Como deixar tudo isso de novo? Enfim, neste ano, tomamos uma decisão radical, talvez, um dos maiores passos que já demos: nos desfizemos de TUDO o que tínhamos, colocamos umas roupas nas malas e viemos para Portugal, cumprir o chamado de Deus! Uma grande mudança! Pela primeira vez, eu estava mudando de denominação, desde a minha conversão.

 

Mal sabíamos o que nos esperava: vivemos novos obstáculos, novas lutas e confesso, tivemos muita vontade de desistir e retroceder, principalmente porque, o tratamento de Deus foi muito intenso nessa época!  Um novo país, uma nova língua (parecida, mas nem tanto), uma nova cultura, sem nossos velhos amigos, família, sem ombros para chorar, vivendo o anonimato e a solidão; e mesmo aqui, ainda mais uma vez tivemos que tomar uma grande decisão: voltar ou permanecer? Essa decisão nos impulsionou para o lugar que estamos agora! Aleluia! Estamos vivendo um novo recomeço! 

 

Decisões realmente decidem destinos! É necessário muita coragem, perseverança, determinação, fé e direção, para avançar, apesar das circunstâncias, para vencer os sentimentos, dando lugar à obediência e para continuar dando passos firmes e correctos, rumo à Vontade Soberana de Deus!

 

O segundo factor que nos permitiu continuar avançando foi nosso alvo; e realmente, nos momentos em que estávamos sem chão, olhávamos para Jesus e suas Promessas, e assim, continuávamos avançando.

 

 

 Davi foi um homem de Promessas tremendas! Mas quando ele as recebeu, era ainda um pastor de ovelhas. Fico imaginando que impacto teve a ida de Samuel à sua casa (1 Sm 16.1.-13). E depois disto, os anos iam se passando e talvez nada realmente grande estivesse acontecendo. Mas suas pequenas escolhas iam delineando o seu futuro! Primeiro, ele enfrentou um urso, depois um leão; e isto o capacitou para enfrentar Golias! (1 Sm 17.36). O que me marca muito é que Davi se movia sempre dentro de seu alvo: o trono de Israel! Não foi por mera curiosidade que ele queria saber o que Saul daria ao que vencesse o gigante (1 Sm 17.26). Ele queria saber se a oferta do rei, abriria portas para seu futuro e o levaria ao cumprimento de seu chamado. E penso que foi isto, que o levou a decidir deixar suas ovelhas a cuidado de outro, para defender as ovelhas do Senhor! Ele deixou de cuidar da casa do seu pai, uma família dentro da tribo de Judá e passou a cuidar dos negócios do Reino! Essa decisão o levou cada vez mais para perto de seu futuro!  E mesmo assim, quando as perseguições vieram, ele permaneceu, ainda que escondido ou fugindo, com os olhos em seu alvo. A cada etapa vencida, Davi chegava mais perto do trono. Davi vigiou seu coração, e deixou Deus forjar nele, o coração de um rei, segundo o coração de Deus!

 

O apóstolo Paulo também teve que tomar muitas decisões, ao longo de sua caminhada. Penso que não foi fácil, abandonar o status que o farisaísmo possuía, ainda mais Paulo, um fariseu ensinado aos pés do mestre Gamaliel! Mas em Filipenses 3.7, Paulo chegou a afirmar que todo o “status” que era considerado “lucro”, ele considerou como “perda” e “refugo” (3.8) por causa de Cristo. E ao longo de seu ministério, Paulo teve ainda que tomar muitas decisões, ainda que lhe custassem a vida, como por exemplo, ir à Jerusalém, mesmo tendo sido alertado pelo profeta Ágabo, que seria preso (At 21.10-14). Paulo sabia que não podia avançar sem tomar decisões, sem deixar coisas e pessoas para trás. E ele, é autor de uma das citações que tem norteado minha vida nestes últimos anos: “prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Jesus. Irmãos, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço (decido e tomo atitudes, grifo meu): esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando (pressionando) para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da Soberana Vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13,14).

 

E sob esses exemplos, vou caminhando, e avançando para o alvo!

 


 


 E para completar esse assunto, vejam neste vídeo, como passo a passo, e em Cristo, vamos chegando a lugares inimagináveis! Baruch HaShem! Daniele Marques.